segunda-feira, 23 de junho de 2014

O prêmio Nobel e a dinamite.

O sueco Alfred Nobel foi o criador da dinamite e também o foco de uma notícia em um jornal francês: o "mercador da morte", como foi chamado, finalmente morrera. Mas o jornal equivocara-se, não só Nobel não falecera como também não gostara do nome à ele atribuído.
Com o temor de ter o nome lembrado por sua mortífera criação e memória atribuída à milhares de mortes e horror,  Nobel começava a pensar em um prêmio de mesmo nome. Porém foi só depois de sua real morte, em 1896, que seus planos passaram à realidade. Até hoje, o Prêmio Nobel premia  notáveis nomes em química, física, literatura, medicina e fisiologia, que servem ao bem  da Humanidade. De certo modo, o sueco conseguiu o que queria. 


domingo, 15 de junho de 2014

Participação especial? Orgulho e Preconceito, 1980.

Participação especial? Pois é! Em Orgulho e Preconceito (1980), estrelado por David Rintoul e Elizabeth Garvie, dois quadros um tanto conhecidos são introduzidos no cenário... O da rainha Maria Antonieta, e de sua amiga, a princesa de Lamballe.
 Apenas com os rostos levemente alterados e parte de sua pintura cortada (devido ao alcance das câmeras), as duas são mostradas na casa de Lady Catherine de Bourgh. A cena ocorre no minuto 49 do terceiro episódio da série, que pode ser vista aqui.

Cena de Orgulho e Preconceito, 1980, com Maria Antonieta e a princesa de Lamballe. 
 
A rainha Maria Antonieta
A princesa de Lamballe

sexta-feira, 6 de junho de 2014

As múltiplas personalidades de Luís XVI segundo livros.

Luís XVI é, sem dúvida, um personagem histórico um tanto confuso. Sua personalidade varia de autor para autor, de livro para livro, e a incerteza sobre ele é o que mais rodeia os leitores.
Segundo Bernard Vicent, o autor de uma das únicas biografias do monarca, Luís era minimamente impotente e nada mau humorado, sendo indeciso em apenas algumas questões de pressa. "Como um sensível delfim, possuía 'o coração melhor que a cabeça", como disse o abade Vermond.
Em contrapartida, temos Stefan Zweig, autor do livro Maria Antonieta - O retrato de uma mulher comum, citando Luís Augusto como uma figura pesada e desengonçada, que pouco se importava com a bela mulher ao seu lado. Impotente, indeciso, extremamente fechado, mal humorado e introvertido, "a natureza parece ter de tudo recusado a monsieur delfim, [...] por sua compostura e suas palavras este príncipe anuncia apenas um julgamento muito limitado, muita desgraciosidade e nenhuma sensibilidade" relata o Conde Mercy, embaixador austríaco em Versalhes.
Uma coisa é certa sobre a personalidade do delfim, este jovem não é dotado de muita auto-confiança, mostrando timidez em várias situações. Até os maiores admiradores de Luís XVI concordam nesse aspecto. "...esses traços contraditórios - a reserva e a impetuosidade, a timidez e a veemência - se encontrarão estranhamente misturados no Luís XVI adulto", escreve Bernard Vicent em seu livro.
Sua aparência é também muito questionada, como menciona Stefan Zweig, os pintores o retrataram demasiado belo comparando à sua real fisionomia. Já Vicent, afirma que o futuro rei tinha traços gentis, não, de fato, tão esbelto como Luís XV um dia foi, porém era dono de um rosto calmo, que exalava gentileza.
Todavia, hei de chegarmos à um acordo. É fato que os pintores deste e dos séculos anteriores, tais como Elisabeth Vigee- Le Brun, presentavam o retratado com o que hoje chamamos de "PhotoShop". Ao que tudo indica, qualquer membro da corte ,ou burguês rico o bastante para pagar a um pintor, teria a chance de exibir uma beleza mais avantajada à posterioridade.
Após a morte de Luís XV, em 1774, Luís Augusto, agora Luís XVI, é declarado o novo rei da França, e eis que surge outra bifurcação. Sobre seu reinado, autores se dividem ao apontar os motivos para tal ter sido desastroso. Bernard Vicent, confiante na boa imagem do jovem rei, afirma com todas as forças que este marido não era, de forma alguma, influenciado politicamente pela esposa, e termina triunfantemente seu argumento com um trecho da carta de Maria Teresa, a mãe de Maria Antonieta, ao seu embaixador em Versalhes "Alguns traços de sua conduta me fazem duvidar que ele seja flexível e fácil de se deixar governar". Stefan Zweig parcialmente concorda em seu livro, alegando que Maria Antonieta conseguia tudo de seu esposo, roupas, sapatos, jóias, festas e castelos, mas nada que envolvesse política.
Segundo um, Luís XVI era dotado de uma inteligencia admirável e sabia a usar muito bem, segundo outro, o monarca indeciso não sabia como tomar decisões rápidas e era muitíssimo - como posso dizer? - sonolento.
O fato é que este jovem rei não foi a desgraça francesa, nem muito menos o motivo de toda uma Revolução, o grande culpado mesmo foi um longo processo, iniciado bem antes de Luís nascer, onde a França entrava em declínio.
Em seu casamento, não há quem discorde que aquele homem não ficava confortável com mulheres, mesmo tendo descrito Maria Antonieta como bem atraente. O que, de fato, interessa aos curiosos é a questão nunca respondida: Luís XVI possuía uma doença chamada fimose? Zweig afirma que sim, Vicent diz que não. Outra incerteza, outra dúvida, mais e mais pende na cabeça dos leitores das duas obras em quem acreditar. Seria este um submisso de sua esposa, escravo de seus luxos e tão impotente à ponto de oferecer jóias e presentes como um mero "pedido de desculpas" por não dar um filho à mulher?! Ou seria este o rei poderoso, vítima das situações e de sua mulher fútil, um homem que tomava suas próprias decisões e impunha a autoridade de marido, mesmo não tendo o casamento consumado?! Eu, e talvez você, não podemos responder à esta pergunta, a história é escrita por aqueles que a vivenciam e a corte, aquela mesma fofoqueira e corrupta, preferia sempre a história mais apimentada e engraçada.

sábado, 31 de maio de 2014

O menino do pijama listrado - John Boyne

Uma leitura tão simples e ao mesmo tempo tão reveladora: "O menino do pijama listrado" abre os olhos para além da pena dos pobres judeus. O livro conta a história do ponto de vista de Bruno, um menino de nem dez anos cujos pais tem negócios com Hitler - ou o "Fúria".
O desenrolar da história limita-se ao conhecimento e a inocência do garoto, que ainda não entende muito bem a situação em que os judeus ou ele próprio vivem. O Fuher torna-se o Fúria, os uniformes de campos de concentração em pijamas listrados, e os próprios campos em vilas alegres e familiares.
Bruno, com toda a pureza de espírito de uma criança ingenua, faz amizade com um menino judeu que vive do outro lado da cerca que os separa. Sem contar mais spoilers, tudo o que posso dizer é que revela o verdadeiro pensar dos inocentes prontamente incriminados. É um livro para refletir...


sexta-feira, 30 de maio de 2014

Orgulho e Preconceito (Jane Austen)

Li este livro há cerca de duas semanas, pois decidi de que estava na hora de experimentar um pouco de Jane Austen. O resultado foi um amor profundo pelo livro, e, acima de tudo, pela autora, cujo vocabulário e o modo da escrita é tão belo que pede por mais uma leitura. 
O livro conta a história de Elizabeth Bennet, uma inglesa de "classe média". Os bens de sua família, por a falta de um filho homem, estavam destinados à um primo, que, como bem sabia a mãe, logo os expulsaria da casa em que residiam assim que o pai morresse. A busca por um marido, de preferencia rico, também era o grande intuito da Sra Bennet,  que não poupava cortesias para com possíveis pretendentes (cortesias as quais eram exageradas).
Quando o rico e jovem Sr Bingley muda-se para perto da família Bennet, logo é visto como pretendente à Jane, a irmã de Elizabeth, que aprova o homem e considera-o muito amável. Acompanhando Bingley, vieram também suas  irmãs e seu sério e "emburrado" amigo, o Sr Darcy.
Por tratar-se de uma família não muito rica, nem muito destacada na sociedade, os Bennet precisavam de mais que uma simples paixão entre Bingley e Jane para ocorrer um casamento. Uma série de fatores tornava a relação detestável aos olhos de Sr Darcy: a mãe era muito escandalosa e as duas filhas mais novas, Kitty e Lydia, eram o maior exemplo de namoradeiras frívolas.
Enquanto os parceiros tentam, durante toda a história, driblar os problemas causados não somente de forma natural como também por intervenção de terceiros, um novo casal forma-se da indiferença: Elizabeth e Mr Darcy. Nem mais um, nem mais outros: não contarei como esta linda história termina.
Concluí o livro dois dias após o início da leitura, e, até agora, não li palavras melhores.  Está em  destaque em minha coleção como o melhor, o mais bem escrito e projetado, título que já li. Ao mesmo tempo que é sutil, também é complexo... Não há adjetivos para atribuir, parece que ao falar da obra meu vocabulário é muito pouco vasto para fazer jus à ela...

Colin Firth, o Mr. Darcy da série Orgulho e Preconceito (1995).


terça-feira, 20 de maio de 2014

Frases e Ideais: O Estado sou eu.

"L'État c'est moi" ("O Estado sou eu") foi a suposta frase dita pelo rei francês Luís XIV, mais conhecido como Rei Sol. O monarca, além outros grandes feitos, instituiu o regime absolutista na França (o rei possuía poderes absolutos, garantidos à ele por Deus) e construiu o luxuoso Palácio de Versalhes, o qual foi a "sede" da família real até a Revolução Francesa.
A frase significaria que o Rei Sol controlava tudo. O Estado era ele, Luís XIV decidia sobre todas as questões do reino francês sem limitações, já que seu poder era totalmente absoluto. Ali estava o monarca, a personificação do "escolhido por Deus", do Estado, da pompa e opulência.
Alguns historiadores ainda discutem se a fala fora dita por Luís XIV ou não, porém de qualquer forma - mesmo sendo ou não sendo verdade - exemplifica bem o poder absolutista nas mãos do maior representante deste.

Estão lembrados do "rei do camarote"?? 

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Para estudar história #2

Na hora de aprender Revolução Francesa a matéria sempre parece desinteressante e às vezes até sem nexo, né?! Ligar "uma coisa com a outra" parece ser difícil quando apenas lemos um texto qualquer explicando sobre este evento tão complexo e grandioso. Mas, fica frio aí, colega! O filme "Maria Antonieta" de Sofia Coppola e o documentário "Revolução Francesa" do canal History podem te ajudar a entender tanto a sociedade francesa "pré-revolução" quanto todo o processo revolucionário.

Lançado em 2006, e estrelando Kirsten Dunst, o filme "Maria Antonieta" delata toda a opulência dos nobres franceses em um momento de crise econômica (lembre-se que a França estava na pior!). Gravado no próprio Palácio de Versalhes, tem como foco a vida da rainha francesa mais comentada de toda a história. Seus problemas no casamento, seus luxos, seus gastos, sua vida familiar, suas festas, suas amizades, enfim... É realmente divino apreciar a história da monarca que passou a ser tão odiada por culpa de seus atos. Mostra bem o padrão sobre o qual viviam os nobres.

Maria Antonieta e Luís XVI em seu casamento, cena do filme de Sofia Coppola. 
Há tempos o History produz os melhores (e praticamente únicos) documentários sobre diversos tempos históricos apesar de hoje só passar Trato Feito.O canal, além de outros programas também interessantes, levou ao ar um interessante documentário sobre a Revolução Francesa. De modo simples e descomplicado (foi um dos meus "primeiros" contatos com história deste tipo, e devo dizer que parece ser tão fácil que contestei a autenticidade dos fatos), conta um geral sobre o evento, incluindo a sociedade francesa pré-revolucionária, a Queda da Bastilha, o Reino de Terror... Um resumo de tudo!



Assim, acredito que fique muito mais fácil entender essa revolta popular tão magnífica e, ao mesmo tempo, tão sangrenta. Liberdade, Igualdade, Fraternidade! VIVA A REVOLUÇÃO!!!